Sugestão de trabalho com trailer do Filme Invictus- 3º Ano do Ensino Médio- Volume 02
O roteiro é do sul-africano Anthony Peckham, baseado no livro Playing the Enemy, de John Carlin. Morgan Freeman e Tim Moore, além de Gary Barber e Roger Birnbaum, da Spyglass Entertainment, são os produtores executivos.
Os professores de Geografia, História e Educação Física podem trabalhar de forma interdisciplinar.
Habilidades :
* Com bases em textos e iconografias, extrair informações sobre a distribuição espacial dos países africanos;
* Extrair informações sobre a organização política do continente africano a partir da análise de textos e de representações cartográficas;
* Formular hipóteses, antes da leitura de textos, sobre seu conteúdo e forma;
Primeiro Momento:
Após os alunos terem assistido ao trailer do filme Invictus, a sugestão é o levantamento de Conhecimento Prévios dos alunos. Este levantamento pode ser realizado com perguntas norteadoras. Por exemplo:
* O que mais chamou atenção de vocês no filme?
* O que vocês sabem sobre o Continente Africano?
* Vocês já ouviram falar em Nelson Mandela? Porque ele é líder na África do Sul? Porque ele foi preso?
* Reconhecem ou já ouviram falar sobre apartheid? Em que consistia esse regime?Quais suas regras?
Segundo Momento:
Utilizando as informações colhidas na etapa inicial, o estudo dirigido pode iniciar pela apresentação do Continente Africano no mapa. O professor pode conduzir a aula, utilizando os conhecimentos levantados levando-os ao conhecimento sobre a vida de Nelson Mandela e o temor de alguns quando ele chegou ao poder. O professor de História poderá auxiliar o de Geografia através de dados políticos e econômicos do país na Era Mandela.
O professor de Educação Física pode fazer intervenções sobre como o presidente Mandela utilizou o esporte para dar fim ao apartheid na África do Sul.
Texto de apoio:
Esporte foi arma de Mandela para enterrar apartheid e colocar África do Sul no mapa
A relação de
Mandela com os exercícios físicos e práticas esportivas nasceu muito cedo,
ainda na adolescência. Assim que iniciou seus cursos de graduação, tornou-se
adepto do boxe, o qual praticava com destreza, mas de forma amadora. Na época,
também começou a rotina de caminhadas e corridas que seguiria até os 80 e
poucos anos, enquanto a saúde permitisse. O cenário para suas andanças podia
variar – as ruas de Johanesburgo, a cela minúscula de Robben Island em que
passou grande parte de seus 27 anos como preso político ou a vizinhança de sua
moradia presidencial.
A
entrada para a vida política nos anos 1950, quando se tornou membro do
Congresso Nacional Africano, afastou Nelson Mandela definitivamente do boxe,
mas seu envolvimento com o esporte ganharia contornos de arma social logo que
ele assumisse a presidência da república, em 1994, quatro anos após deixar a
prisão. O líder observou que uma maneira de apaziguar as discrepâncias raciais
ainda remanescentes do extinto apartheid seria unir brancos e negros
sul-africanos em torno das mesmas torcidas.
Naquela época, havia
uma distinção muito clara entre o esporte de cada um dos povos. Os brancos
praticavam o rúgbi. Os negros, o futebol. Não se via 'intromissão' nem mistura
nessas modalidades, e um grupo odiava o esporte do outro. Mandela, quando
jovem, era um dos que repudiavam o Springboks, time de rúgbi da África do Sul.
Assim que chegou ao poder, viu que era a hora de parar.
Empossado em
1994 como primeiro presidente eleito por voto universal no país, Nelson Mandela
ajudou a África do Sul a ganhar o direito de sediar a Copa do Mundo de rúgbi do
ano seguinte. Era uma ousadia. Por conta do apartheid, o país, ainda que fosse
uma potência da modalidade, estava riscado das grandes competições esportivas.
Foi só depois que Mandela saiu da prisão, por exemplo, que a nação voltou a
disputar as Olimpíadas e, enfim, entrou nos Mundiais de futebol.
Mais do que
levar o torneio de rúgbi para o país, o grande objetivo do líder era reunir
toda a população em apoio aos Springboks. Tarefa impossível, aos olhos de
alguns, e até mesmo perigosa.
"No início
de seu mandato como presidente, ele vislumbrou a possibilidade de conquistá-los
[os brancos] por meio da Copa do Mundo de rúgbi. Foi por isso que ele trabalhou
arduamente para convencer seus próprios partidários negros a abandonar o
preconceito completamente justificado de uma vida inteira e apoiar os
Springboks", escreve o jornalista John Carlin no livro "Conquistando
o Inimigo". O best seller, que mais tarde serviu de base para o filme
"Invictus", com Morgan Freeman e Matt Damon, conta exatamente aquela
passagem do governo de Mandela, relembrando ainda como o líder seduziu grandes
adversários para suas causas.
O que Mandela
queria fazer na Copa do Mundo de rúgbi ele já vinha tentando de maneira
infinitamente menor dentro de sua guarda presidencial, quando tinha de fazer os
brancos do Sistema de Inteligência conviverem com os negros de sua segurança
particular.
O grande
parceiro de Mandela naquela missão foi François Pienaar. O presidente conseguiu
incutir na mente do capitão dos Springboks a importância social daquele evento
e levou o atleta a espalhar seus pensamentos para os demais companheiros da
equipe. Aos poucos, com visitas esporádicas a vilarejos pobres e negros, os
brancos da seleção de rúgbi assimilaram sua função.
Grandes eventos na África do Sul
Unir brancos e
negros foi a grande missão da Copa do Mundo de rúgbi de 1995, mas a importância
do esporte para Mandela como fator social não parou por aí. Como presidente ou
mesmo depois, como liderança política e humanitária, o Madiba se esforçou para
colocar a África do Sul no mapa-múndi levando ao país outros grandes torneios.
E para sua sorte, muitos deles vinham acompanhados de bons resultados.
Em 1996, os
sul-africanos sediaram – e venceram – pela primeira vez a Copa Africana de
Nações, principal torneio de futebol do continente. Ainda entre os anos 1990 e
2000, Mandela não apenas ajudaria a organização como daria nome a torneios como
o Nelson Mandela Challenge Plate, desafio anual de rúgbi entre África do Sul e
Austrália, e o Nelson Mandela Challenge, jogo de futebol disputado uma vez por
ano entre seu país e um adversário internacional. Todos com renda revertido
para sua Fundação, que assiste crianças carentes e portadoras do vírus HIV.
Mas talvez a
maior influência de Mandela como embaixador da África do Sul viria em 2004, com
a escolha do país como sede da Copa do Mundo de 2010. A grande vitória,
empurrada por negociatas de bastidores e um discurso forte do ex-presidente,
quase veio quatro anos antes, quando a África do Sul foi derrotada pela
Alemanha por apenas um voto – em eleição polêmica da Fifa – na disputa pelo
Mundial de 2006. De quebra, viu um dos novos estádios construídos para a
competição levar seu nome, o Nelson Mandela Bay, palco da eliminação brasileira
diante da Holanda nas quartas de final.
Foi na Copa de
2010, aliás, que Mandela fez sua última aparição pública. Já extremamente
debilitado fisicamente, e ainda com o revés de ter perdido uma bisneta em um
acidente de carro semanas antes, o Madiba fez uma entrada surpresa e triunfal
no Ellis Park antes da final entre Espanha e Holanda, vencida pelos ibéricos.
Foi uma explosão de alegria dentro do estádio.
Depois da leitura do texto, algumas questões podem auxiliar a atividade:
* Por que Nelson Mandela bloqueou a mudança do nome do time rúgbi do uniforme? Por que o rúgbi passou a ser um jogo estritamente político?
* Na visita do time aos guetos de Pretória era fixada uma faixa com os seguintes dizeres: " One team, one country" ( Um time, um país). Qual o significado disso?
Terceiro Momento:
Após essa conversa, os alunos podem dissertar sobre o apartheid e o processo que levou ao fim desta segregação.
Elaboração de Infográfico:
* Coleta nas referências dados sobre o assunto;
* Utilize imagens extraídas de revistas, jornais para ilustrar as informações que serão evidenciadas;
* Em alguns textos são apresentados dados. Utilize - os como base para elaborar gráficos representativos do que se quer mostrar.
* Estabeleça relações entre os dados obtidos, os textos- síntese e as ilustrações incluídas no infográfico para posterior apresentação.
Exemplo de texto imagético para ser trabalhado:
Apartheid na África do Sul
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